sábado, 20 de setembro de 2008


Tu: O que é que achas?... Se calhar era melhor não o fazer, isto nunca se sabe, pode dar para o torto...
Eu: Eu acho que devias. Pelo menos temos uma forma de lutar contra isto... é um tratamento agressivo, mas vale a pena tentar... eu acho que sim... mas tu é que decides.
Tu: Então está bem, pode ser...

Não, não está bem. Hoje, não está bem. E mesmo nessa altura, no fundo, eu sabia que nada do que fizéssemos iria alterar o desfecho da tua história... mas parte de mim queria desesperadamente acreditar que conseguiríamos reduzir o tumor, evitar a metastização, enfim... acabou por acontecer tudo o que temia e, agora, acho que mais depressa do que devia. Ou talvez não, não sei...
Foi enorme o peso de teres na minha palavra a verdade absoluta, porque eu é que "percebia destas coisas". Fui guiada pelo coração, angústia, esperança, desespero, sei lá... faltou-me a objectividade e a coragem suficientes para te dizer que nada te poderia salvar, pelo que seria absurdo submeter-te a tratamentos agressivos, internamentos, sofrimento...
Mas nem tudo é mágoa. Tentámos! E como não existem realidades alternativas, acredito que, caso contrário te dissesse que não, estaria agora a escrever... porque é que não tentámos...

1 comentário:

Sahaisis disse...

Pelo menos tu conseguiste lá estar e tentar...e isso é o mais importante ;)