sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Recebi isto no mail, de um colega enfermeiro, e fiquei mais ou menos assim... nauseada.

"Este caso foi dado a conhecer à Ordem dos Enfermeiros. Neste contexto, perspectivava-se uma conversa serena (em off-the-record) com um Administrador Hospitalar (em funções num Centro Hospitalar), cujo tema versava o cumprimento dos direitos das várias classes profissionais, mas o rumo da mesma foi tomando destinos não planeados. Dizer-vos que fiquei atónito com os comentários relativos à Enfermagem, não é suficiente (mas não é o único). Numa filosofia de partilha, vou (tentar) reproduzi-los textualmente: 'Os Enfermeiros têm pouco interesse para os Conselhos de Administração, ao contrário dos médicos que são escassos e temos que cativá-los quanto mais não seja com bons salários, por isso nas reuniões de conselho nem se discute sobre Enfermagem. Não é necessário.' Mas, calmamente, prosseguiu:
'Pode ter a certeza que, nem que fosse pelo salário mínimo, teria sempre Enfermeiros para trabalhar. Não precisamos de pagar horas extra aos Enfermeiros, aliás, essa questão nem se coloca. Mas não é possível seguir a mesma política com a classe médica, somos mesmo obrigados a compensá-los. Os Enfermeiros não são valorizáveis. Não têm autonomia que lhes permita uma produção hospitalar independente. Imagine que tínhamos problemas com uma equipa de Enfermeiros... no dia seguinte apresentávamos uma equipa nova e estava feito. Lembra-se do exemplo de Vila Real?' E concluiu: 'A política educativa facultou uma avalanche de Enfermeiros que só ajudou os Conselhos de Administração, deixou de haver problemas com Enfermeiros. Nem sequer é preciso aliciá-los! Os técnicos de diagnóstico e terapêutica também. Deixam-me dormir descansado."

1 comentário:

tanya disse...

É por este tipo de filosofia que eu discordo totalmente com o tipo de greves que nós fazemos. Se fizéssemos uma greve em todos os enfermeiros se dirigissem para os seus locais de trabalho, mas permanecessem todo o tempo do turno à entrada do edifício, sem ter de p+restar os cuidados mínimos eu queria ver qual era o hospital que funcionava. Eu queria ver se esse administrador não se preocupava com os enfermeiros!!

Um apelo - não aceitem condições precárias de trabalho, temos de nos unir para vencer!